Riminhas deslocadas.
Joaquina caminhava.
Caminhava, caminhava, caminhava.
Depois de três dias caminhando, Joaquina
Olhou para trás.
Olhou para o que tinha andado e pensou,
Pensou em voltar para trás
Sentou-se em uma pedra
Logo ao lado da estrada
Chorou feito uma menina
Uma menina desnorteada.
Orou como uma criança
Uma criança condenada.
E se levantou como uma mulher
Uma mulher atarefada.
Joaquina olhou para frente
E meio metro ela andou,
Olhou para o horizonte
E nada lá observou.
Pobre Joaquina,
Menina mimada,
Se via agora perdida
No meio de uma longa estrada.
E meio metro ela andou,
Olhou para o horizonte
E nada lá observou.
Pobre Joaquina,
Menina mimada,
Se via agora perdida
No meio de uma longa estrada.
Nem da frente e nem de trás
Viu chegar um peregrino
Ele veio do lado esquerdo
Cauteloso como
Uma ave
Uma ave perto do ninho.
Joaquina coitadinha
Com o susto ela gritou!
O peregrino coitadinho
O coração acelerou!
- Calma menininha, não sou de guerra
E nem de paz; Sou aquele que
Anda, anda, anda, e não sabe
Para onde vai...
Joaquina ao olhar o jovem
Se deu por desintendida
Mas que vida mais chata
Êta vida sofrida...
Qual seria a graça de andar
E andar, sem saber direito
Quando os pés irão parar?
- E então lourinha bela,
Para aonde vais tão apressada?
Diga a mim, pois quero saber, assim
quem sabe um dia, eu ei de seguir você..
Para aonde vais tão apressada?
Diga a mim, pois quero saber, assim
quem sabe um dia, eu ei de seguir você..
Joaquina olhou para os pés
Sujos de barro...
Desgastados com o vento,
Com a sujeira e com a desgraça.
- Ora essa, jovemzinho, não sabe que me esqueci?
Andei por tantas noites, e por dias não dormi!
Sai de casa faz tempo,
Por um motivo imemorável
E agora, estou aqui, completamente deslocada!
- Se saiu lá de trás
É que algo não lhe agradou, e
seu eu vim pela esquerda é que
Algo lá me afetou!
Serve agora como escolha,
seguir para frente ou para a direita
Faça a sua escolha agora,
E, se dê por satisfeita.
Joaquina olhou para a estrada,
triste e desamparada,
Dias e dias caminhando
E nunca encontrava nada.
Olhou para a direita
Caminho que lhe restava
Uma vastidão de verde mata
E um doce barulho de água.
Dias e dias caminhando
E nunca encontrava nada.
Olhou para a direita
Caminho que lhe restava
Uma vastidão de verde mata
E um doce barulho de água.
- Siga comigo menino,
Me sinto desnorteada!
O negrinho olhou para a jovem
Loura e de belos traços,
Sorriu com os dentes brancos
E ela com os amarelados.
Os braços se entrelaçaram e
Adentraram o novo ninho,
Joaquina estava contente
por ter encontrado um novo caminho.
Abraços, procure um sentido.
Postei, porque gostei. ; )
3 Comments:
At 9:53 PM,
Anonymous said…
Para que procurar sentido? Como já dizia Fernando Pessoa, a pessoa Fernando, "porque o sentido oculto das coisas é elas não terem sentido algum".
Achei o poema angustiante, mas tudo para mim é angustiante.
Beijos, lindona!
At 2:15 PM,
Anonymous said…
Foda, foda, foda *_*
Eu não tenho capacidade pra escrever essas coisas x.x Inveja...
Bjux tia =*
At 7:54 AM,
Anonymous said…
Oi, paixão!!! ... *abração bem apertado e gostoso com direito a cafune * To com saudade ! Vc prometeu que não ia mais sumir ... e ... sumiu ! *Puxa a orelha * Tá me devendo ! XDDD
Beijões, te adoro ... me dá noticias ...
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